quinta-feira, 12 de março de 2009

Vazio

Dentro de mim tem um vazio. Na verdade eu não sei se é dentro mesmo ou se eu que estou dentro dele. É uma fase? É uma sina? Só sei que muita coisa não tem sentido. Uma antiga paixão, o Jornalismo, hoje pra mim é uma interrogação, quem sabe um abismo.
Ah, essa mania de rimar tudo. Isso acaba comigo. Então, volta Denise. Aqui é na prosa.

Estou agora num lugar em que olho pros lados e me pergunto “o-que-que-eu-to-fazendo-aqui-hein???”. Vou ao banheiro, me debruço na grande janela. Grande na altura, mas pequena na largura, o que dificulta meu ato de “debruçamento”. Olho pros lados: ora é o Largo da Batata, ora é a mulher que passa roupa na área de serviço de um apê no prédio vizinho, ora são os alunos de uma escola que passam pela rua conversando e dando risada. Pra mim, todos são grandes interrogações. Mas eu gosto de observar os outros, tipos Big Brother.

Aí o sol brando lá fora me chama e eu quero ir com ele. A sensação do quentinho, um calorzinho bom que me faz esquecer o frio desse bendito ar condicionado que não presta. E eu aqui presa nesse escritório, escondida no banheiro, me alongando pra dor nas costas passar. Sempre que olho na janela fico pensando se uma pessoa morreria se pulasse do sexto andar. Mas é só um pensamento. Eu não teria coragem e nem teria porquê. Olho de novo o Largo da Batata. Do alto, não parece ser tão feio quanto a realidade.

Falando em realidade, alguém tenta abrir a porta do banheiro. Acabou meu momento de descompressão. Vamos pra baia de novo. Ouvir as mesmas vozes, o mesmo telefone e sentir o mesmo frio do mesmo (e velho) ar condicionado. Tchau, minha janela favorita. Preciso ir.

4 comentários:

  1. É que assim... a visão que eu tenho da minha janela não é nem de longe tão boa quanto a tua.
    Mas agora já entendi por que você passa tanto tempo no banheiro.

    A boa notícia é que ninguém precisa saber o que vai fazer para o resto da vida. Eu não sei.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Ah, essas incógnitas pós graduação (assim mesmo, sem hífen e com esse sentido de trocadilho bobo). Eu também me sinto assim, e tantas vezes um pouco pior. Me sinto ora fraca, ora inútil. E a vista de minha janela é um morro onde não se tem noção se a favela brotou do mato ou vice-versa.

    PS: Ainda podemos escrever um livro de poesia e investir na vida "hippie em prol da arte". O Vale do Anhangabaú nos espera.

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  4. kkk valew esse texto viro meu trabalho :D vlw mesmo

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